Contexto Histórico
Homero, na Odisséia, foi quem primeiro citou o
handebol; depois foram os romanos; mas a Alemanha é quem iniciou o jogo como se
conhece hoje com o
jogo de “Urânia” praticado na antiga Grécia, com uma bola do tamanho de uma
maçã, usando as mãos, mas sem balizas. Também os Romanos, segundo Cláudio
Galero (130-200 DC), conheciam um jogo praticado com as mãos, “Hasparton”.
Mesmo durante a Idade Média, eram os jogos com bola, praticados como lazer por
rapazes e moças.
Na França, Rabelais (1494-1533) citava uma espécie
de handebol (“esprés jouaiant à balle, à la paume”). Em meados do século
passado (1848), o professor dinamarquês Holger Nielsen criou no Instituto de
Ortrup um jogo denominado “Haaddbold” determinando suas regras. Na mesma época
dos tchecos conheciam jogo semelhante denominado “Hazena”. Fala-se também de um
jogo similar na Irlanda, e no “Sallon”, do uruguaio Gualberto Valetta, como
precursor do handebol.
Todavia, o handebol como se joga hoje foi
introduzido na última década do século passado, na Alemanha, como “Raftball”.
Quem o levou para o campo, em 1912, foi o alemão Hirschmann, então secretário
da Federação Internacional de Futebol.
O período da primeira Grande Guerra (1915 a 1918)
foi decisivo para o desenvolvimento do esporte, quando o professor de ginástica
Berlinense Max Heiser criou um jogo ao ar livre derivado do “Torball” para as
operárias da Fábrica Siemens, que teve o campo aumentando para as medidas do
futebol quando os homens começaram a praticá-lo.
Em 1919, o professor alemão Karl Schelenz
reformulou o “Torball”, alterando seu nome para “Handball” para o jogo com 11
jogadores. Schelenz levou a modalidade para a Áustria e Suíça, além da
Alemanha. Em 1920 o Diretor da Escola de Educação Física da Alemanha tornou a
modalidade como desporto oficial. Cinco anos mais tarde, Alemanha e Áustria
fizeram o primeiro jogo internacional, com vitória dos austríacos por 6 a
3.
Na reunião de agosto de 1927 do Comitê de Handebol
da IAAF foram adotadas as regras alemãs como as oficiais, motivando que na 25ª
sessão do Comitê Olímpico Internacional, realizado no mesmo ano, fosse pedida a
inclusão do handebol no programa olímpico. Como crescia o número de países
praticantes, o caminho foi a independência da IAAF, o que aconteceu em 4 de agosto
de 1928, no Congresso de Amsterdã, quando 11 países escolheram o americano
Avery Brudage como membro da Presidência da FIHA.
O COI decidiu, em 1934, que o handebol seria um dos
esportes da Olimpíada de Berlim, em 1936, o que realmente aconteceu com a
participação de seis dos 26 países então filiados, com a Alemanha vencendo a
Áustria no jogo final por 10 a 6, perante cem mil pessoas no Olympia Stadium de
Berlim. Dois anos mais tarde, também na Alemanha, foi disputado o primeiro
campeonato mundial, tanto no campo (8 participantes) como no salão (4
concorrentes). Tão logo terminou a Guerra Mundial, os dirigentes de handebol
reuniram-se em Copenhague e fundaram a atual Federação Internacional, com sede
na Suécia, sob a presidência do sueco Costa Bjork. Em 1950, a sede da IHF
mudou-se para a Basiléia, na Suíça. Mesmo sem a participação dos alemães,
criadores do jogo, os campeonatos mundiais foram reiniciados no campo em 1948
(para homens) e em 1949 (para mulheres). No salão, já com os alemães, os
certames foram reiniciados em 1 954.
O handebol vem realizando a cada quatro anos seus
campeonatos mundiais e olímpicos, estes desde 1972 no masculino e desde 1976 no
feminino. União Soviética, Iugoslávia, Alemanha Oriental e Ocidental, Suécia,
Dinamarca, Hungria, Romênia e Espanha são destaques na Europa. Nos outros
continentes a Coréia e Japão (Ásia), Argélia e Tunísia (África), Cuba, Estados
Unidos e Brasil (América) têm obtido os melhores resultados em ambos os sexos.
Handebol no Brasil
O handebol, até a década de 60, ficou restrito à
São Paulo; depois começou a ser praticado em escolas de todo o Brasil.
Em nosso país, o handebol como modalidade de campo
foi introduzido em São Paulo por imigrantes, principalmente da colônia alemã,
no início da década de 30. O handebol ficou restrito a São Paulo até a década
de 60, quando o professor francês Augusto Listello, durante um curso
internacional em Santos, apresentou a modalidade a professores de outros
estados. Esses professores introduziram o esporte em seus colégios e assim o
handebol começou a ser praticado em outros estados. Em 1971, o MEC incluiu o
handebol entre as modalidades dos Jogos Estudantis e Jogos Universitários
Brasileiros (JEB’s e JUB’s). Com isso, o handebol disseminou-se em todo o
território nacional, com vários estados dividindo os títulos nacionais.
Em 1973, a antiga CBD realizou em Niterói o 1º
Campeonato Brasileiro Juvenil para ambos os sexos. No ano seguinte, em
Fortaleza, iniciou-se a competição para adultos. Em 1980, um ano após a criação
da Confederação Brasileira de Handebol, foi disputada a 1ª Taça Brasil de
Clubes, na cidade de São Paulo, então sede da entidade.
Handebol nos Jogos Olímpicos
O Handebol do Brasil debutou em Olimpíada na edição
de Barcelona (Espanha-1992), com a Seleção Masculina, quando terminou em 12º
lugar. Na Olimpíada de Atlanta (Estados Unidos-1996), a Seleção Masculina ficou
em 11º. Nas duas edições, o País herdou a vaga após a desistência de Cuba.
A Seleção Feminina fez história e, pela primeira
vez, colocou o Brasil em uma Olimpíada por seus próprios méritos. Com o ouro
conquistado nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg (Canadá-1999), a equipe se
classificou para os Jogos Olímpicos de Sidney (Austrália-2000). A edição foi
especial e representou um marco para o handebol brasileiro, já que as meninas
alcançaram o oitavo lugar e começaram a despertar atenção no cenário mundial. O
reconhecimento internacional pelo trabalho desenvolvido pela CBHb trouxe
patrocínios e as atletas passaram a ser convidadas para atuar na Europa.
Em 2004, mais uma vez, o Brasil voltou a carimbar o
passaporte para os Jogos Olímpicos, dessa vez nos dois naipes, em Atenas
(Grécia-2004). Com muito mais estrutura no plano de preparação, os meninos
ficaram em décimo lugar e o feminino terminou em sétimo. Para Pequim
(China-2008), a história se repetiu, depois que as Seleções conquistaram, de
forma invicta, a classificação nos Jogos Desportivos Pan-Americanos no Rio de
Janeiro. Na China, a equipe feminina terminou na nona colocação e a masculina
em 11º lugar, com um número maior de participantes.
Na edição de Londres-2012, o Brasil confirmou para
o mundo que o handebol do País conquistou seu espaço no cenário internacional.
Sob o comando do técnico dinamarquês Morten Soubak, a Seleção Feminina fez
história. A medalha não veio, mas a equipe verde e amarela conseguiu se
classificar para as eliminatórias após garantir o primeiro lugar na fase de
grupos, confirmando a melhor campanha da modalidade na história dos Jogos
Olímpicos. Ao final da competição na capital britânica, o Brasil encerrou o
torneio em sexto lugar, superando a sétima colocação conquistada em
Atenas-2004.
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